Você sabe como sua conta de luz é alculada?
Você já deve ter notado um aumento significativo na sua conta de luz nos últimos meses. Segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope e pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), 84% dos brasileiros consideram a conta de luz cara ou muito cara – e com razão.
Mas você sabe como sua conta de luz é calculada? A tarifa de energia elétrica existe para custear a produção e a distribuição de todo consumo. Ela é uma composição de custos de toda a cadeia de prestação de serviços: geração, transmissão e distribuição da energia.
Pra simplificar, é a taxa que será paga às distribuidoras e outros fornecedores de serviços para assegurar que eles tenham dinheiro suficiente para cobrir os custos operacionais.
Custos e investimentos são definidos e calculados pelo órgão regulador, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), podendo ser maiores ou menores do que os valores utilizados pelas empresas.
As tarifas são apenas um dos números do cálculo do preço final da conta de luz. O preço final é a tarifa somada aos encargos e taxas para custear a aplicação de políticas públicas. Vamos entender como fica esse cálculo.
Como são compostas as tarifas de energia elétrica no Brasil?
Para que haja o fornecimento de energia elétrica, a tarifa é calculada com base em três custos distintos:
Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até as unidades consumidoras;
Encargos setoriais;
Tributos
A parcela de geração, transmissão e distribuição de energia remunera os atores que compõem cada uma das 3 etapas da energia até os consumidores.
Os encargos setoriais e os tributos não são criados pela ANEEL. Eles são instituídos por lei e alguns incidem somente sobre o custo da distribuição, enquanto outros já estão inclusos nos custos de geração e transmissão.
Com relação aos tributos, há incidência de impostos dos governos federal, estaduais e municipais, como o PIS, COFINS, o ICMS e a Contribuição para Iluminação Pública.
Então como fica o cálculo final?
Para calcular a conta de luz, o kWh (quilowatt-hora) é usado como base de medida de energia elétrica. O consumo de energia é calculado mensalmente e é o resultado da diferença entre a leitura do mês atual e o mês anterior.
Para obter o valor final do consumo são somadas as potências dos equipamentos em Watts pela quantidade de horas em que estes permanecem ligados durante o período de leitura, que pode variar entre 27 e 33 dias. Essas informações podem ser conferidas na conta de luz que chega em sua casa ou estabelecimento.
Se a sua residência consome 1000 kWh por mês, por exemplo, esse valor é multiplicado pela tarifa definida da distribuidora de energia que o atende. Supondo que a tarifa seja de R$0,30 por kWh consumido, o valor da fatura de energia será obtido da seguinte forma: 1000 (kWh) multiplicados por 0,30 (R$), resultando em uma conta de luz no valor de R$300,00.
Sistema de Bandeiras Tarifárias
Por fim, para entender como calcular a conta de luz, é preciso aprender também sobre as bandeiras tarifárias. Elas influenciam diretamente no valor final da conta e estão ligadas às tarifas.
O sistema de bandeiras tarifárias foi implantado em 2015 pela ANEEL, visando a equilibrar os custos das distribuidoras com a aquisição e o preço repassado aos consumidores finais. As bandeiras são definidas de acordo com as condições de geração de eletricidade do mês. Isso significa que se a produção de energia pelas usinas hidrelétricas estiver baixa por conta do baixo nível de reservatórios, as bandeiras tendem a “subir de nível”, e as contas, por consequência, ficam mais caras.
As bandeiras tarifárias são:
Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo.
Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. São cobrados R$1,874 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração. São cobrados R$3,971 a mais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. São cobrados a mais R$9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Diante deste cenário, a procura por fontes alternativas de energia e projetos de eficiência energética tem sido cada vez maior.
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